sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

"O sucesso não se faz por slogans"

Conhecida como uma das agências mais procuradas a nível nacional, a Realvitur destaca-se pelo empenho e profissionalismo dos seus vendedores. Carlos Peixoto, director da agência, mostra-se satisfeito com o reconhecimento da agência e garante que um dos segredos do sucesso á a satisfação dos clientes como objectivo principal.


Neuza Carvalho: Quando e com que intuito foi criada a Realvitur?
Carlos Peixoto:
A Realvitur foi criada em 1988 apenas para dar continuidade a um projecto que eu já tinha, isto é, iniciei a minha actividade como agente de viagens e não conseguindo estabelecer um acordo com o meu antigo patrão, avancei para um projecto individual. Na altura a metodologia de trabalho e a orientação que ele tinha era uma e a que eu tinha era completamente diferente. Além do mais o mundo das viagens ia alterar e eu teria alguma possibilidade de eu próprio definir estratégias no meu sector implementando produtos inovadores. E essa foi uma das razões, o facto de adaptar a metodologia estratégica que o meu antigo patrão tinha como prioritária.

NC: Que serviços são disponibilizados pela Agência aos clientes?
CP:
Todos os serviços que são possíveis através do objecto Agência de Viagens. A Agência de Viagens é um sector ligado ao turismo e tem um objecto social extremamente limitado. Os serviços mais conhecidos por todos os clientes são a venda de pacotes turísticos, a organização de eventos, enfim…podemos tratar de toda a documentação inerente a todo o processo legal da viagem de um cliente, vistos, passaportes, vacinação quando específica para determinado tipo de situações. Vender viagens é o que disponibilizamos com mais frequência.


NC: A Realvitur foi distinguida como PME líder no âmbito do programa FINCRESCE em 2008. Sentiste que o vosso trabalho foi destacado em relação a outras Agências de Viagens?
CP: Claro que sim. Isto defende uma estratégia de credibilidade financeira. As empresas para estarem no mercado têm de ter credibilidade e a aprovação deste critério ou deste galardão para a Realvitur, tem acima de tudo uma visibilidade na indústria bancária. A Banca só investe nos clientes que aparentemente demonstram alguma segurança e este programa naturalmente para ser um galardão como referência de credibilidade tem que percorrer um conjunto de rubricas que eles exigem e são demasiado criteriosos. Basicamente para nó foi extremamente agradável porque as entidades financeiras passaram a saber que a Realvitur é uma empresa de crédito, com qualidades dentro do âmbito da nossa actividade e, acima de tudo, para o nosso sector também fica reconhecido que a Realvitur tem uma equipa de trabalho altamente profissional e uma qualidade muito boa a nível da prestação de serviços.

NC: Foste também premiado como Agente de Viagens que mais vendeu para a transportadora aérea nacional (TAP) no escalão TOP5 Américas. Foi uma surpresa este prémio?
CP:
Este prémio foi de certa forma um prémio ao incentivo das vendas da companhia. Esta iniciativa de certa forma promoveu a credibilidade dentro do nosso sector. Cria-se um respeito e reconhecimento pelos próprios pares. A Realvitur este ano foi premiada nos 5+ no sector Américas, nos 5+ a nível de Luanda, Angola, e a nível nacional a Realvitur ficou em nono lugar. Claro que distingue a empresa, claro que é uma óptima referência para demonstrar a qualidade e a performance da Realvitur.

O segredo do Sucesso

 
NC: Na página de apresentação da Agência na internet é destacado o lema da mesma como “Total disponibilidade”. É este o segredo do sucesso da Realvitur?
CP: O sucesso da Realvitur é muito mais alargado. O sucesso não se faz por slogans, mas sim por uma sustentabilidade exposta à necessidade dos clientes. A possibilidade de vender um produto, neste caso um produto Realvitur, o nome, só é possível no continuar dos anos, com uma determinada estabilidade na prestação de serviços. Isto quer dizer que é preciso sustentar o volume de resposta a um nível de satisfação demasiado elevado. E isto numa organização não é só vista como um só elemento. Isto tudo é uma equipa de trabalho que age em sintonia e obviamente que tem estratégias muito próprias, todas elas enquadradas num projecto que, de certa forma vai ao encontro dos clientes. Claro que temos alguns truques e a disponibilidade é um deles. O que implica que todos os nossos vendedores tenham um telemóvel ligado 24horas. Em caso de auxílio em qualquer parte do mundo, em qualquer fuso horário, o cliente pode contar com essa linha de apoio para resolver o seu problema. No entanto há outros como o acompanhamento da viagem e acima de tudo o pós-venda. Temos a preocupação de garantir a continuidade dos nossos clientes.

NC: A Realvitur patrocina muitos eventos e festas em Vila Real (Semana Académica/caloiro, circuito de Vila Real, etc.). Vêem neste tipo de iniciativas uma boa forma de promover a Agência?
CP: A Realvitur tem sempre de patrocinar eventos porque tem o nome visível. Além disso os estudantes são todos os anos diferentes e a maneira de sermos visíveis será participar nestes eventos. Embora muitas vezes não seja uma estratégia definida por nós. É mais um pressing do organizador que vai tentar seleccionar o patrocinador e nós simpaticamente aderimos, desde que para tal os patrocínios não mexam no orçamento da empresa.

NC: Como avalias o mercado português em matéria de Agências de Viagens?
CP: A nível de Agências de viagens, o mercado português está neste momento inundado. Isto quer dizer que há mais agências do que procura. A oferta das agências é mais de clientes existentes. Portanto quanto ao número é o quanto baste e estou convencido que vai continuar a crescer até porque acima de tudo existe cada vez mais a política de agências de bairro e enquanto as pessoas entenderem que devem abrir a sua actividade no mundo das viagens devem faze-lo. No entanto temos de ter sempre em conta o problema das crises que pontualmente existem. Estamos neste momento debaixo de uma crise económica e o nosso sector pode sofrer alguma turbulência.

Vendedores de bilhetes de ponto a ponto

NC: Actualmente com a internet os clientes já têm possibilidade de escolher as suas viagens sem ter necessidade de recorrer aos serviços de uma agência. Como vês este fenómeno?
CP: Bom, posso garantir-te que de facto é um grande problema. É o busílis daquilo que deve ser o adversário das agências. Nos primórdios, as agências de viagens nasceram para vender o simples bilhete de avião e pela internet o cliente também chega lá. Aquilo que nós temos de criar são alternativas específicas para mudar isso. Deixamos de ser uns simples vendedores de bilhetes de ponto a ponto (que é aquilo que normalmente as pessoas adquirem na internet) e criamos programas inovadores face à internet. De uma forma corriqueira em termos de expressão, a internet é uma feira onde estão todos os expositores com todos os seus produtos. Aquilo que um agente de viagens terá de fazer é montar a sua banca na internet, terá que abrir a sua página e pôr lá todos os seus produtos porque o cliente que vai è internet comprar o bilhete de avião também pode ir comprar esse mesmo bilhete à agência de viagens. A internet veio de certa forma criar o bichinho da viagem, da vontade de viajar.

NC: Achas que Agências de Viagens e “low-cost” são compatíveis?
CP: Claro que são compatíveis. As agências de viagens precisam ter essa ferramenta como forma de trabalho. A única coisa que têm a fazer é cobrar pelo serviço, uma taxa de serviço. A Realvitur vende low-cost para aqueles clientes que não têm tempo ou não têm conhecimentos e o que fazemos é cobrar um custo.

O bom e o barato

 
NC: Quais são os destinos destacados pela Realvitur para este verão?
CP: O país está em crise. Portanto os produtos mais vendáveis no verão vão ser aqueles que tenham um preço extremamente agradável e tenham boa qualidade, o bom e barato. Dentro do bom e barato estará Palma de Maiorca, o Algarve e as costas espanholas. De facto a comunidade portuguesa está a atravessar alguma crise no consumo, há alguma limitação nos orçamentos familiares e nós estamos a orientar a nossa estratégia no sentido de vender um produto que é e sempre foi utilizado nas crises, o Algarve. Vamos apostar seriamente no Algarve. É de boa qualidade, mais económico e com o produto que a maioria dos portugueses pretende no verão que é o sol.



Por: Neuza Carvalho.